O número de acidentes com animais peçonhentos – principalmente escorpiões – cresceu nos últimos anos em Pinheiros e ainda está aumentando, inclusive na área urbana. O alerta é da Vigilância Ambiental do município, que aponta as causas do fenômeno e dá orientações para evitar ataques.
De acordo com o coordenador do setor, Sérgio Franco, 136 casos foram registrados em 2020. De janeiro a julho deste ano, já são 99 acidentes, a maioria deles com escorpiões. O aumento também tem sido percebido em todo o Estado do Espírito Santo. Os números são do e-SUS, Vigilância em Saúde e Vigilância Ambiental de Pinheiros.
Sérgio conta que uma das explicações para o surto escorpiônico é a ampliação de áreas de plantio de eucalipto. “Houve aumento do cultivo de eucalipto, e isso fez com que a população de escorpiões também crescesse”, revelou.
Um dos motivos seria a existência de pequenos compartimentos nas árvores, que, por funcionarem como esconderijos, atraem os insetos.
O aracnídeo, que é temido pela dor da ferroada, podendo levar à morte, conta com a “ajuda” da natureza e com sua resistência a venenos para se propagar. De acordo com o coordenador, inseticidas não afetam esses insetos mortalmente.
O escorpião amarelo, que é o tipo mais comum encontrado em Pinheiros, também não precisa de parceiro para a reprodução, isso porque ela se dá por partenogênese, isto é, os óvulos se desenvolvem originando um novo indivíduo sem a necessidade de uma fecundação, bastando para isto que a fêmea encontre boas condições de calor e alimentação.
Dessa forma, a população de escorpiões amarelos é constituída somente de fêmeas. Esta característica de reprodução faz com que essa espécie seja disseminada com maior facilidade.
Então como evitar a proliferação do inseto e acidentes? “É necessário controle mecânico, isto é, limpar quintais, evitar acúmulo de pilhas de madeira, entulhos e de qualquer outro tipo de material. Evitar pontos viciados de lixo, organizar, arejar e iluminar ambientes, não matar inimigos naturais do escorpião, que são os sapos, dentre outros", recomenda Sérgio Franco.
"Outra orientação é instalar soleiras nas portas, telas nas janelas, sacudir lençóis ao dormir, averiguar calçados e roupas antes de usar, tapar buracos de paredes e não aplicar inseticida nos escorpiões caso encontre um”, conclui o coordenador.
Em caso de acidente, a orientação é ir à unidade de saúde mais próxima e ligar para a Vigilância Ambiental por meio do número 3765-2553, sempre das 8 às 11 horas e das 13 às 16 horas, de segunda a sexta-feira. Em casos de emergência, o Hospital Municipal possui soro antiescorpiônico e antiofídico para aplicação em vítimas.
Publicado em terça-feira, 27 de julho de 2021